sábado, 28 de fevereiro de 2009

Simone 1969 - 40 anos de Desfolhada



Março de 1969 - O festival RTP da canção desse ano ficaria marcado pela canção de José Carlos Ary dos Santos e de Nuno Nazareth Fernandes - A Desfolhada.

Escrita, numa primeira fase para Amália Rodrigues, teve como primeira escolha Elisa Lisboa e como segunda escolha Madalena Iglésias.

Mas foi Simone que lhe deu vida e voz no palco do teatro S.Luiz e no teatro real de Madrid. O verso "Quem faz um filho fá-lo por gosto" foi cantado de tal forma que chegou aos dias de hoje.

A foto (retirada do blog Rua dos dias que voam), mostra a Simone desse ano

Este vai ser o mês da DESFOLHADA aqui no Canto de Simone.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

“É a nossa maior diva.” – Simone de Oliveira em entrevista exclusiva à revista TV Guia – 2ª parte

Que foi uma consequência de…

… violência doméstica. De um casamento de onde fugi por violência doméstica. Foi um tratamento que foi preciso inventar ao tempo – a minha filha vai fazer 50 anos, e não é certamente dessa ligação –, pois não havia nada. Quero dizer, não havia o que há hoje, a psiquiatria, a psicologia, o Xanax, os Prozacs…

Não quer falar, e eu, evidentemente, respeito isso. Mas foi uma violência muito marcante?

Eu fugi.

Foram três meses. O casamento durou três meses…

Sim. Talvez nem tanto.

Mas casou-se por amor?

Acho que sim.  Devia estar um bocadinho distraída. Repare: você ponha isto há cinquenta anos. Tinha 19 anos quando casei. E as mulheres casavam e tinham filhos e ficavam em casa a tomar conta das crianças…

… e era esse o seu objectivo de vida, aos 19 anos?

Não, eu teria sido… [pausa] Nunca pensei cantar. Jamais, em tempo algum. O meu sonho era ser professora de Germânicas.

Namoravam, casavam e tinham uma vida tranquila. Era esse o sonho das mulheres de então?

Era o objectivo de qualquer rapariga de 18 anos, daquela altura, em 1956. Uma vida pequeno-burguesa. O meu pai era chefe de uma fábrica, não era português. Talvez daí o meu lado um bocado diferente de uma mulher completamente portuguesa. O meu pai era um homem verdadeiramente extraordinário, brilhante. O meu pai era, e ainda é, o homem.

Como é que o seu pai reagiu quando soube que a sua filha ia casar-se aos 19 anos?

Tranquilamente. Naquela altura era normal. Era normal casar-se pela Igreja… Haveria já uns casamentos civis, mas muito poucos, muito poucos.

Portanto, casou pela Igreja?

Casei, casei. Em 1957, ou 56, já nem me lembro!

Imagem04Esta é a 2ª parte de uma grande entrevista de Simone de Oliveira à TV Guia da semana de 13/02/09 a 19/02/09. Pedimos desculpa pela qualidade das fotografias mas foi a única maneira de as podermos partilhar convosco. Esperamos compreensão.

Imprensa - Simone - Entrevista ao DNa




brevemente....

Imprensa - Simone - "Confesso que vivi"


Abril de 1999


Simone dá uma entrevista á revista "Amoreiras"

A editora da revista anunciava, assim, a entrevista

"Palavras para quê, é uma artista portuguesa que todos conhecem. Todos, talvez não... As gerações mais novas não têm essa sorte. O meio artístico português é cruel para com os consagrado. Simone de Oliveira está na nossa capa e está muito bem" (Maria José G. Sousa)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Canto de Simone - Era o verde

Poema de Simone de Oliveira



Era o verde
Era o verde
Que havia no teu olhar
Que de tão verde e brilhante
em tudo se parecia
Com outro verde que havia
No mar, no céu,
na maresia
Daquela terra distante

Era o verde
Era o verde
Que havia no teu olhar

Era a terra
Era a terra
Que entrava naquela casa
Onde janelas imensas
Sem cortinas penduradas
Rasgam paredes caiadas
E o amor é guarda-vento
Nas portas escancaradas
Era a terra
Era a terra
Que entrava naquela casa


Era a força
Era a força
Por dentro da madrugada
Ela sim, senhora e dona
De mandar embora o vento
Daquela casa encantada
Onde o Sol para se aquecer
Ficou a morar na escada
Era a força
Era a força
Por dentro da madrugada


E assim a gaivota filha
Parida deste sonhar
que tem sido a minha vida
É a terra e mais a força
Tem verde mar no olhar
É o meu país saudade
A crescer noutro lugat


Ai a terra
Ai a força
Ai o verde
Ai o mar

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Discos de Simone - À Tua Espera

Lado 1

À Tua Espera
(ToZé Brito/Pedro Brito)

Canção concorrente ao Festival O.T.I. 1980

Lado 2

Te Espero
(ToZé Brito/Pedro Brito/A. Garrido)



Fialho Gouveia, jornalista da RTP que acompanhou Simone no Festival O.T.I. 1980, contava que durante o ensaio geral, depois de Simone ter cantado "À Tua Espera" a orquestra não se conteve e levantou-se para aplaudi-la. Sempre a nossa Simone!

À Tua Espera

Primeiro são os teus passos pela escada.
A madeira a dizer-me que chegaste.
Depois a porta
a pouco e pouco aberta.
e o silêncio que só prova que já entraste
Pela luz do teu cigarro eu adivinho
Que caminho tem as roupas pelo chão
E tu pensas que eu ainda estou dormindo
E eu penso que aprendi já a lição
E então, pé ante pé, braço ante braço
Deitas-te a meu lado quase a medo
E atrasas o relógio que há no quarto
Para, se eu acordar, pensar ainda é cedo
E cedo, sinto e sofro a tua mão
Descendo pelo meu corpo devagar
Eu penso que aprendi já a lição
E juro que não vou nunca mais acordar
Pergunto-te a dormir
- que horas são?
Protesto, digo não mas, como sempre
Acabo com os teus lábios no meu peito
E os teus dedos brincando ardendo no meu ventre
E abro-te o meu corpo de mulher
Esqueço a raiva, a mágoa, as amarguras
Cá dentro nasce o sol, já é manhã
E o relógio do quarto ainda bate as duas
Primeiro são os teus passos pela escada....
Comentário de Simone sobre esta cantiga no Intimidades (2002) "esta tem só um bocadinho de malandrice"

“É a nossa maior diva.” – Simone de Oliveira em entrevista exclusiva à revista TV Guia – 1ª parte

“Aos 71 anos, Simone de Oliveira faz revelações únicas

“Adoro viver!”

É a nossa maior diva. Com uma franqueza desarmante, fala de tudo. A violência doméstica que sofreu do primeiro marido, recorda o “lindíssimo” cardeal Ribeiro, as traições de Henrique Mendes, a morte de Varela e a luta contra o cancro

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Os portugueses habituaram-se a ouvi-la falar sem medo das palavras. Em 51 anos de carreira, já provou que é um exemplar irrepetível, uma mulher única que aprendemos a admirar. Já fez teatro, cinema, televisão e é senhora de uma voz carregada de alma. E tem sido, desde sempre, um exemplo. Ela perdeu o peito, o marido, teve de substituir a anca e, mesmo assim, dá-nos um testemunho incrível de vida. Nesta entrevista, fala disso tudo, mas também de temas que têm sido tabu: a violência doméstica no primeiro casamento, a relação com Henrique Mendes e até as confidências com o cardeal Ribeiro.

Nesta semana, na terça-feira, 11, Simone de Oliveira fez 71 anos. Com a coragem e a frontalidade que se lhe reconhecem, aceitou falar para a TV Guia e recordar algumas das pessoas e dos acontecimentos mais marcantes da sua vida. Ela sabe que desperta paixões e ódios e que dificilmente alguém lhe fica indiferente. Esta entrevista é uma lição de frontalidade. Obrigado, Simone!

Se agora, por artes de mágica, pudesse voltar atrás, voltava a fazer tudo de novo?

Praticamente tudo. Não sou pessoa de me arrepender. Reconheço que haveria meia dúzia de coisas que teria burilado. [Simone segura, neste momento, uma moldura em que aparece, com pouco mais de 20 anos, e outra, tirada na actualidade.] Repare que aqui, em mais nova, tenho uma cara triste. Sou hoje muito mais alegre do que era nesta altura. Nesta altura, tive uma vida muito, muito complicada.

É possível ser-se triste aos vinte e poucos anos?

Se tivesse passado você por aquilo que eu passei…

E por que é que passou?

São histórias de que eu não falo, como costumo dizer. Comecei a cantar por receita médica!”

Imagem03

Esta é a 1ª parte de uma grande entrevista de Simone de Oliveira à TV Guia da semana de 13/02/09 a 19/02/09. Pedimos desculpa pela qualidade das fotografias mas foi a única maneira de as podermos partilhar convosco. Esperamos compreensão.

Conversas de Camarim - Montijo

Imagem retirada do blog famafest06.blogspot.com


"Uma Mulher e um Homem, duas figuras públicas, distintas, com percursos de vida diferentes, unidos pelo gosto da palavra e pela forma de a dizer. Duas vidas, uma no feminino e outra no masculino e que em palco se completam, complementam, desafiam e dão o melhor de si. São portugueses, falam português e divulgam a língua nas mais diversas formas de arte."


É assim que o site da Câmara Municipal do Montijo (cine-teatro Joaquim de Almeida), apresenta os 2 espectáculos de Conversas de Camarim com Simone e Vitor de Sousa:

O 1º, dia 07/Março, SÁBADO pelas 21:30

O 2º, dia 08/Março DOMINGO pelas 16:00 (este destinado a grupos com reservas)


Preço: 8 euros

Duração 100min

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Foto de Simone - 45 anos de carreira - espectáculo RTP

Foto retirada da Internet

Sabes

Uma das cantigas mais bonitas de Simone. Uma das canções onde a sensualidade feminina é exaltada

Poema de Alexandre O'neill


Sabes...o gerânio floriu em minha casa
Sabes...sabes cada manhã o amor desperta
Sabes...as lágrimas o tempo consigo as leva
Sabes...depois do Inverno vem a Primavera
Sabes...teu perfume já esqueci
e nem recordo a cor...que vi nesses olhos
que tanto pra mim olharam
quando tu me enlaçavas
com as tuas mãos
e eu era uma menina
quando ao sentir-te perto
chegava a noite... me fazia pequenina
Sabes, agora volto a rir por qualquer coisa
Sabes, hoje a tua lembrança já não me faz mal
Sabes, teu perfume já esqueci
e nem recordo a cor
que vi nesses olhos
que tanto pra mim olharam
quando tu me enlaçavas
com as tuas mãos
e eu era uma menina
quando ao sentir-te perto
chegava a noite
me fazia pequenina.


Nunca Ninguém Sabe - A batalha contra o Cancro


Dada a sua presença na televisão, na rádio, nos discos e nos teatros, Simone tem tido um papel de destaque no que diz respeito à batalha contra o cancro.
Passava o ano de 1988. Foi a "prenda" dos 50, como a própria refere. Uma luta dura contra uma doença que na altura era ainda mais mortal. Se foi sorte ou a intervenção divina não saberemos. Apenas que a Fúria de Viver de Simone, que lhe permitiu ultrapassar essa fase negra da sua vida.
O livro "Nunca Niguém Sabe" é escrito pela própria. Uma escrita simples, intensa e muito própria do universo simoniano. Sem ler nada, o enorme destaque para a fotografia: a calma de uma das mulheres mais intensas do nosso país.
Um testemunho de uma mulher simples. Uma mulher que sabe que o seu nome e o facto de ser uma personalidade pública ajuda a ultrapassar pequenos obstáculos.
Nunca ninguém sabe - A batalha contra o cancro a faceta da Simone-escritora.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Parabéns Simone






Lisboa, 11 de Fevereiro de 1938



nasce Simone de Macedo e Oliveira







O Canto de Simone deseja à Simone um feliz 71º aniversário e muitos anos de saúde e felicidade

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Canto de Simone - Não me vás deixar

Não me vás deixar

David Mourão Ferreira - Jacques Brel

Não me vás deixar
importa esquecer
trata de esquecer
o que há-de passar
esquecer o tempo
dos mal-entendidos
e o tempo perdido
em busca do vento
esquecer de vez
o que sem parar
nos tenta matar
com tantos porquês
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar


Por mim te darei
pérolas de chuva
dum país sem chuva
que nem água tem
deixarei tesouros
depois de morrer
para tudo te encher
de luzes e de ouro
um reino farei
onde a murmurar
de sempre te amar
só tu serás rei
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar


Não me vás deixar
inventar-te-ei
palavras que nem
se podem escutar
e falar-te-ei
de quem por amor
destrói o terror
de todas as leis
e a história de um rei
morto de pesar
por não me encontrar
também encontrei
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar


Já mesmo se viu
do fundo de um mar
que nunca existiu
o fogo brotar
acontece enfim
um campo queimado
dá um perigo mais grave
que o melhor Abril
e ao cair da tarde
vão-se misturar
sob o céu que arde
tantas cores aos pares
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar


Não me vás deixar
nada te direi
nem chorar já sei
vou ali ficar
dali te verei
dançar e sorrir
e escutar-te-ei
a cantar e a rir
até me sentir
sombra de uma sombra
que há na tua mão
sombra do teu cão
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar
Não me vás deixar

in Perfil de Simone de Oliveira

in Simone ao vivo no Hotel Altis

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Simone - A menina dos festivais - 1964 - Olhos nos Olhos

Simone foi a menina dos festivais. Presença assídua, Simone brilhou e fez brilhar o evento da canção portuguesa, lado a lado com Artur Garcia, António Calvário e Madalena Iglésias.
Simone ganhou o 1º lugar nos Festivais de 1965 (Sol de Inverno) e de 1969 (Desfolhada). Além disso, participa nas edições de 1964, 1968 e 1973, neste último ganhando o prémio de interpretação
Olhos nos Olhos é a música que levou Simone ao 3º lugar em 1964



Diz-me o coração qualquer coisa
Quando em mim poisa
O teu olhar
Ambos enlevados ficamos
E não deixamos
De nos fitar
Que sinto em mim
Que vejo em ti
Olhos nos olhos
Será assim
Que o amor sorri
Olhos nos olhos
Lindo sonho se vê
Despontar e subir
Enlaçar
Que domina e que lê
Sendo cego e fala
Sem falar
Amar é belo
Amar é doce
Olhos nos olhos
O teu olhar
É que me trouxe
Esta certeza
Quando olho p´ra ti
Quando olhas p´ra mim
Nossa vida há um amor
Temos pressa
Amor que diz
Coisas febris
Olhos nos olhos

Música: Carlos Canelhas
Letra: António Antão

sábado, 7 de fevereiro de 2009

As novelas de Simone - Tu e Eu



Simone participa na novela Tu e Eu da TVI. Nesta produção ela é Raquel Silva Reis





No site da TVI, a personagem é assim definida:





Mãe de Alfredo (desaparecido), Vasco e Gonçalo. Mulher de origens humildes, tem boa presença e percebe-se que foi muito bonita em jovem. É uma mulher que soube ascender socialmente e veste-se com classe e bom gosto, não deixando perceber que é uma nova rica. É uma mulher com fibra, mas muito marcada pelo seu passado, pela prematura morte do marido, pela sua vida económica se ter complicado após a morte do marido e também marcada pela tragédia que se abateu sobre o seu filho Alfredo e da mulher de Vasco. Raquel compara um pouco a sua vida a uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Já viu de tudo. Mas mesmo que o seu coração esteja endurecido pelas cicatrizes da vida, ainda consegue ter uma postura positiva e a palavra esperança não deixou de fazer parte do seu vocabulário. Em relação aos filhos, tem uma predilecção por Gonçalo, pois é o filho que mais a faz lembrar o marido e tem uma relação mais distante com Vasco. No que diz respeito aos netos, com Martim tem uma excelente relação, principalmente de protecção, pois é a imagem viva do seu filho Alfredo. Já com Luísa, tem uma péssima relação pois faz lembrar a nora com quem se dava muito mal. Tem uma grande ternura por Vasquinho e Carlota, mas preocupa-se mais com Carlota. As âncoras de Raquel são Gonçalo, Vasco e os netos, exceptuando Luísa e o seu grande objectivo é lutar e proteger estas âncoras.






domingo, 1 de fevereiro de 2009

Simone deixa vida artística em 6 meses para ir para África

A entrevista da Simone em 1961. Estava previsto o seu abandono da vida artística para ir para África com o seu marido e com os filhos.




Imagem retirada do site www.diasquevoam.blogspot.com