sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ribalta

Ribalta
Pedro Bandeia Freire
José Luís Tinoco


Se este olhar me disser
Que a rua é o meu palco
Sou ave a pairar na ribalta
E se a voz alcançar
O fim desta seara
Que invade a cidade e o mar
Sou poema a cantar
Sou a banda a tocar no coreto
No meio do meu jardim
Sou poema de gente sem pressa
Num mundo desperto tão perto de mim
Canto a cor deste cais
Sem ecos de saudade
Sou ave a poisar na cidade
Vejo a tarde nas fontes de vidros
A bailar em cantigas de tempo de paz
Fantasias e caras pintadas
De meias verdades
Inveja e amor
Luz do átrio, sombra, bastidor
Na plateia se arruma a alegria e a dor
O sonho e a aventura
Poema a navegar sobre o céu do meu palco
Do meu mar

Nenhum comentário: